Já está com mais de 220 mil assinaturas a campanha virtual "CQC no Congresso", organizada pela equipe do programa da Band para lutar pelo direito de fazer reportagens no Congresso Nacional. Se a trupe de Marcelos Tas, que dobrou a audiência da emissora nas noites de segunda-feira, ganha fãs em todo o Brasil desde sua estréia em março, o mesmo não se pode dizer da Câmara dos Deputados, onde os jornalistas foram considerados "persona non grata".
trupe foi descredenciada para entrar na casa depois de ter gravado com os deputados em março. Na reportagem que foi ao ar, o repórter Danilo Gentilli fazia um tour pela Câmara e ironizava a ausência de alguns deputados em seus escritórios no horário de trabalho.
A justificativa para não liberar o credenciamento do CQC se baseou na proibição de utilizar espaços públicos para a gravação de programas não-jornalísticos.
"O nome disso é censura. E existe um comitê na Câmara para decidir o que é jornalismo? Afinal, cabe a um deputado ou a Associação Brasileira de Imprensa dizer o que é humor e o que é jornalismo? Estamos vivendo momento grave. Censuraram a Folha de São Paulo por entrevistar a Marta Suplicy, o Jornal da Tarde foi impedido de publicar reportagem sobre Conselho Regional de Medicina", dispara Danilo, que destaca o caráter dúbio da decisão porque o programa já foi credenciado para viajar com a comitiva do presidente Lula.
"O político tem um discurso pronto e fica com medo de perguntas irreverentes. Se não nos querem lá, é porque têm algo a esconder. O programa dá uma oxigenada na cobertura política. E se formos humoristas? Quer dizer que o Tom Cavalcante não pode entrar no Congresso, na casa do povo?", questiona Marcelo Tas.
De fato, a proibição é estendida a outros humoristas. Cid Queiroz, responsável pela Assessoria de Imprensa da Câmara dos Deputados, explica que produtores da Praça É Nossa, do SBT, e do quadro Central de Boatos, do Fantástico, pediram credenciamento e tiveram um não como resposta.
"O Congresso não é locação de cinema e teatro. Tudo que é gravado aqui, que não é jornalismo, precisa ter um roteiro para vermos se não afeta a imagem da casa. É assim em qualquer lugar", diz ele, acrescentando que a passagem do CQC pelo Congresso provocou mal-estar.
"Eles foram muito descorteses com os deputados, entraram sem permissão nos gabinetes. E perguntas sobre o mensalão já são feitas aqui", avalia. A disputa pode parar nos tribunais. Marcelo Tas garante ter recebido propostas de grandes escritórios de advocacia. "O nome do programa é 'custe o que custar' e vamos lutar por nosso direito".
Para votar: http://www.cqcnocongresso.com.br/
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